segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Definição de ensino colaborativo

O ensino colaborativo é uma abordagem educacional onde o professor de educação especial e de ensino regular se responsabilizam pelo planejamento e avaliação do ensino para um grupo misto de crianças; o ensino colaborativo beneficia todos os estudantes e renova o entusiasmo de ambos professores (ARGUELES, HUGHES, SCHUMM, 2000).

De acordo com esses mesmo autores há alguns fatores importantes para que haja o ensino colaborativo. O primeiro é a hora do planejamento comum, pois permite que os professores saibam como esta o andamento da sala regular quando não está presente e lhes dá a oportunidade de sugerir adaptações e modificações para dar assistência no ensino das crianças com necessidades educacionais especiais. Também é necessário que os professores que trabalham com o co-ensino e a administração sejam flexíveis para trabalhar colaborativamente; os professores precisam ser flexíveis no seu estilo de ensino e manejo de classe. Também é indispensável uma divisão clara dos papéis e responsabilidades, ambos os professores precisam ser igualmente responsáveis pelas conquistas acadêmicas e de disciplina de todos os alunos, para que não haja disputas por espaço. 

O co-ensino tem como uma prerrogativa de trabalho uma boa comunicação. Para evitar conflitos, algumas administrações permitiram que seus professores se voluntariassem para a integração na equipe de co-ensino. Assim, o suporte administrativo é fundamental, antes e durante a implementação do programa de co-ensino. A administração pode criar um ambiente onde erros e mudanças são aceitos como normal e parte do processo; e deve proporcionar tempo para que os professores se comuniquem e planejem (ARGUELES, HUGHES, SCHUMM, 2000). 

Segundo Keefe, Moore e Duff (2004) o ensino colaborativo é composto, essencialmente, por quatro princípios básicos, são eles: conhecer a si mesmo, conhecer seu parceiro, conhecer o aluno e conhecer o material. Inicialmente, cada profissional deve, por sua vez, conhecer a si mesmo, isto significa reconhecer seus pontos positivos e negativos, tomar consciência de seus valores e deixar se lado preconceitos. 

É necessário se perguntar se está pronto para fazer parte de um ensino colaborativo, até que ponto você é capaz de compartilhar suas ideias e ceder para que um real relacionamento se estabeleça. Preparando-se para o co-ensino, prepara-se também para ser um parceiro. Conhecer seu parceiro implica em encontrar um meio de trabalhar em conjunto, respeitando e tolerando o estilo e preferências do outro profissional. 
Ao conhecer seu aluno, é necessário saber seus interesses e desejos, ter diálogo para que ele também seja seu parceiro, para isso é preciso criar um ambiente em que os alunos se sintam confortáveis em se expressar.
Conhecer seu material é o último saber e acarreta em conhecer métodos e diferentes estratégias, para que os materiais possam ser aproveitados da melhor forma. 



Fontes:

 ARGÜELLES, M E., HUGHES, M. T., & SCHUMM, J. S. (2000). Co- Teaching: A Different Approach to Inclusion. Principal (Reston, Va.), 79(4), 50-1. 

 HITCHCOCK, C., MEYER, A., ROSE, D. & JACKSON, R. (2002). Providing new access to the general curriculum. Teaching Exceptional Children, 35, nº2, pp. 8-17.

O que é deficiência visual?

É o comprometimento parcial (de 40 a 60%) ou total da visão. 

Não são deficientes visuais pessoas com doenças como miopia, astigmatismo ou hipermetropia, que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou em cirurgias. 

Segundo critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) os diferentes graus de deficiência visual podem ser classificados em: 

- Baixa visão (leve, moderada ou profunda): compensada com o uso de lentes de aumento, lupas, telescópios, com o auxílio de bengalas e de treinamentos de orientação. 

- Próximo à cegueira: quando a pessoa ainda é capaz de distinguir luz e sombra, mas já emprega o sistema braile para ler e escrever, utiliza recursos de voz para acessar programas de computador, locomove-se com a bengala e precisa de treinamentos de orientação e de mobilidade. 

- Cegueira: quando não existe qualquer percepção de luz. O sistema braile, a bengala e os treinamentos de orientação e de mobilidade, nesse caso, são fundamentais. O diagnóstico de deficiência visual pode ser feito muito cedo, exceto nos casos de doenças degenerativas como a catarata e o glaucoma, que evoluem com o passar dos anos.

Causas mais freqüentes da Deficiência Visual

Congênitas: 

• Retinopatia da Prematuridade, grau III, IV, V, (por imaturidade da retina em virtude de parto prematuro ou por excesso de oxigênio na incubadora). 
• Corioretinite por toxoplasmose na gestação. 
• Catarata congênita (rubéola, infecções na gestação ou hereditária). 
• Glaucoma congênito (hereditário ou por infecções). 
• Atrofia óptica por problema de parto (hipoxia, anoxia ou infecções perinatais). 
• Degenerações retinianas (Síndrome de Leber, doenças hereditárias ou diabetes). 
• Deficiência visual cortical (encefalopatias, alteração de sistema nervoso central ou convulsões) 

Adquiridas: 

Por doenças como diabetes, descolamento de retina, glaucoma, catarata, degeneração senil e traumas oculares. As causas de origem genética e familiar como retinitepigmentosa, glaucoma e catarata congênita podem ser evitadas com aconselhamento genético. 

Dentre as causas congênitas, destacam-se os fatores mais freqüentes: gestação precoce, desnutrição da gestante,drogas em geral, álcool, infecções durante a gravidez (rubéola, sífilis, AIDS, toxoplasmose e citomegalovirus). Existe alta incidência de deficiência visual severa associada à múltipla deficiência, em nosso meio, em vista da falta de prevenção (vacinação de meninas contra a rubéola) oque evitaria o nascimento de crianças com catarata congênita, surdez e deficiência mental. Toda mulher deve ser vacinada antes de engravidar ou, de preferência, no início da adolescência, pois o vírus da rubéola materna atravessa a placenta, alterando o processo de formação embrionária. A prevenção depende apenas da política pública devendo a investigação epidemiológica a ser realizada pelos governos Estaduais e Municipais. 

A toxoplasmose é transmitida pelo protozoário “toxoplasma gondii”, geralmente por meio do contato com animais domésticos infectados: cães, coelhos, gatos, galinhas, pombos e alimentos mal cozidos. A mãe contagiada nos primeiros trimestres de gestação pode gerar uma criança com deficiência visual severa, microcefalia e calcificações cerebrais. 

As doenças virais e bacterianas como sarampo, meningites, encefalites podem acarretar hidrocefalia ou microcefalias. São também causas de deficiência visual que podem ser reduzidas por medidas eficientes de prevenção de saúde, com detecção precoce das alterações visuais, triagem em berçário, creches e pré-escolas.

PREVENÇÃO DA DEFICIÊNCIA VISUAL NA INFÂNCIA

Em nosso meio, a baixa visão ainda passa muitas vezes despercebida a pais e professores, manifestando-se, com freqüência, no momento em que aumentam na escola os níveis de exigência quanto ao desempenho visual da criança para perto. Por sua vez, a cegueira é mais facilmente detectada e geralmente diagnosticada mais cedo. A detecção precoce de quaisquer dos problemas, pode constituir fator decisivo no desenvolvimento global da criança,desde que sejam propiciadas condições de estimulação adequada às suas necessidades de maturação, favorecendo o desenvolvimento máximo das potencialidades, minimizando as limitações impostas pela incapacidade visual. Em todas as situações escolares a professora tem, normalmente, oportunidade de observar sinais, sintomas, posturas e condutas do aluno que indicam a necessidade de encaminhamento a um exame clínico apurado. Sintomas e sinais mais comuns de alterações visuais 

Sintomas: 
• tonturas, náuseas e dor de cabeça; 
• sensibilidade excessiva à luz (fotofobia);
• visão dupla e embaçada; Condutas do aluno: 
• aperta e esfrega os olhos; 
• irritação, olhos avermelhados e/ou lacrimejantes; 
• pálpebras com as bordas avermelhadas ou inchadas; 
• purgações e terçóis; 
• estrabismo; 
• nistagmo(olhos em constante oscilação); 
• pisca excessivamente; 
• crosta na área de implante dos cílios; 
• franzimento da testa ou piscar contínuo para fixar perto ou longe;
• dificuldade para seguimento de objeto; 
• cautela excessiva ao andar;
• tropeço e queda freqüentes; 
• desatenção e falta de interesse; 
• inquietação e irritabilidade; 
• dificuldade para leitura e escrita;
• aproximação excessiva do objeto que está sendo visto; 
• postura inadequada; 
• fadiga ao esforço visual. 

 A avaliação da acuidade visual por si só não é fator determinante na detecção da deficiência visual. Torna-se, portanto, de suma importância a observação dos sinais e sintomas antes relacionados sobre as condutas dos alunos.Incidência, causas e formas de prevenção Dados da Organização Mundial de Saúde revelam a existência de aproximadamente 40 milhões de pessoas deficientes visuais no mundo, dos quais 75% são provenientes de regiões consideradas em desenvolvimento. O Brasil, segundo essa mesma fonte, deve apresentar taxa de incidência de deficiência visual entre 1,0 a 1,5% da população. Sendo a estimativa da cegueira infantil de uma entre 3.000 crianças e de uma entre 500 crianças para a baixa visão. Observando-se que esta corresponde a 80% dos casos e a 20% de pessoas totalmente cegas. 

Calcula-se que os dados estimados poderiam ser reduzidos pelo menos à metade, se fossem tomadas medidas preventivas eficientes.